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UMA MUDANÇA SIGNIFICATIVA NO MUNDO DA MODA: O ABANDONO DO USO DA PELE ANIMAL

Atualizado: 27 de mai. de 2020


A geração chamada de millennial, aquela nascida entre os anos de 1980 e 2000 são os responsáveis por muitas mudanças nos padrões de consumo. Entre eles no mundo fashionista, segundo a professora do curso da moda da Faculdade Armando Álvares Penteado, Monayna Pinheiro, essa geração pode ser considerada a grande responsável pela redução do uso de pele animal na indústria da moda.

“A geração nascida entre 1980 e 2000 é muito mais ligada às questões de sustentabilidade e não faz sentido que usem peles animais se há boas opções sintéticas”, destaca a professora.

Ainda, para a especialista no assunto, a manifestação de grandes grifes, tais como Hugo Boss, Burberry, Gucci e Chanel, contra o uso de pele animal em seus produtos está diretamente relacionado à pressão dos movimentos em prol dos animais, além do próprio mercado começar a ficar mais exigente quanto a transparência de soluções mais ecológicas e éticas.

A ONG norte-americana “Peta”, pioneira no debate, reforça o pensamento, salientando ainda mais o fato de que a clientela mais jovem e mais “socialmente consciente” esteja à frente de uma mudança na indústria da moda. Além das marcas estarem abandonado o uso de pele animal em suas peças, diversas cidades espalhadas pelo mundo proibiram completamente o uso de peles.

Os especialistas no assunto comentam ainda que não se trata apenas do sofrimento animal, mas também de todo o processo de tratamento do material que se torna insustentável. Em resumo, para que a pele não apodreça é preciso prepará-la com produtos químicos que acarretam danos ao meio ambiente, e os processos de tingimento utilizam grandes volumes de água.

Todavia, Pinheiro, informa que a escolha por peles sintéticas também não é o ideal, já que as mesmas são confeccionadas com derivados de petróleo. Para ela, as opções mais amigáveis do meio ambiente seriam as fibras naturais, como por exemplo, o algodão e a ráfia.

No entendimento da ONG, como a demanda por roupas sem crueldade e ecologicamente corretas vêm em ascendência, muitos materiais passaram a ser desenvolvidos, como exemplo, a pele vegana, o couro vegano e as alternativas ecológicas como malhas sem lã.

“A produção de tecidos livres de animais tem uma pegada de carbono muito menos do que a produção de peles ou couro. Mais de 90% do impacto ambiental do couro é causado pelo uso da terra e pelas emissões de gases de efeito estufa associados à agricultura”, diz Charchuk, uma das responsáveis pela ONG.

Nesse cenário que vem nascendo na indústria da moda, algumas alternativas interessantes já começam a aparecer, uma delas é o couro derivado do abacaxi. A responsável pela iniciativa e pelo material é a empresa Piñatex, é basicamente um “couro” feito com a fibra das folhas do abacaxi, projeto elaborado pela designer espanhola Carmen Hijosa. Essa alternativa pode ser usada em roupas, sapatos e acessórios e inclusive já faz parte de alguns catálogos de marcas famosas, como a Hugo Boss.

A fibra é um subproduto da indústria agrícola, o que não gera gastos extras, água ou defensivos agrícolas para a sua produção, detalhe interessante é que possui a mesma textura, isolamento e função do couro animal ou sintético. A produção da indústria encontra-se nas Filipinas.

Outro exemplo é o tecido feito a partir da fibra de bambu que é produzido igualmente sem aditivos químicos ou poluentes e ainda são 100% biodegradável.

Há ainda os chamados “tecidos tecnológicos” aqueles que são produzidos a base de materiais recicláveis e tradicionalmente utilizados em roupas esportivas.

Nós, como consumidores do mercado da moda, devemos buscar alternativas para não contribuir com a crueldade animal, buscando alternativas de roupas e acessórios feitos de matéria-prima de origem vegetal ou sintética, como algodão, viscose, microfibra.

Além de toda a questão da sustentabilidade, esses materiais oferecem maior durabilidade, facilidade na manutenção, além do valor mais acessível. Definitivamente o mercado vem mudando, assim a indústria busca constantemente formas alternativas de se adaptar as novas exigências e padrões.

FONTES: https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/07/18/marcas-abandonam-uso-de-pele-animal-para-agradar-millennials-afirma-pesquisadora.ghtml

https://www.thebodyshop.com.br/beleza-do-mundo/qual-e-o-impacto-da-industria-da-moda-no-bem-estar-animal-saiba-como-o-uso-de-peles-causa-um-sofrimento-desnecessario/


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